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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Festival de Woodstock (1969)


Cartaz promocional do festival, divulgado à época (para quem, como eu, não tinha entendido o que é "isso" em cima do braço da guitarra,saiba que não é uma cabeça de gato caolho torta e exótica, mas um pássaro). O grande slogan era: 3 Dias de paz e música.

Continuando o posto anterior, vou falar um pouco sobre o festival de Woodstock. Há uma imensa aura mítica em torno do festival de Woodstock de 1969 que o transformou numa lenda. É, dentre todos os festivais de música que houve talvez em toda a história, o mais lembrado; o mais revisto; o mais comentado; o mais citado; o mais analisado; o mais importante; o mais influente... Enfim, Woodstock é "o mais" muitas e muitas vezes. Mas porque?
O "Festival de Música e Artes de Woodstock" aconteceu num imenso terreno em Bethel, sul do vilarejo de Woodstock, no estado de Nova York. Durante três dias, de 15 a 18 de Agosto de 1969, centenas de milhares de jovens se reuniram para clamar por "paz e amor" e assistir a alguns dos mais célebres grupos e artistas musicais da época. O festival foi totalmente dominado pelas idéias do movimento Hippie; foi, na verdade, o auge do movivento Hippie. Woodstock só se tornou realidade devido ao empenho de quatro jovens: Michael Lang, John Roberts, Joel Rosenman, e Artie Kornfeld. Foram eles que idealizaram, organizaram e, com muito esforço e dificuldades, fizeram o festival acontecer. Haviam vendido cerca de 180.000 ingressos antecipadamente, portanto esperavam a presença de cerca de 200.000 pessoas; porém, a demanda acabou sendo muito maior do que eles esperavam. Depois, as cercas que delimitavam o local acabaram sendo propositalmente retiradas para a entrada das cerca de 500.000 pessoas que acabaram comparecerendo. Sim, a maioria sequer pagou ingresso, o que só serviu para aumentar ainda mais a idéia de "liberdade" do evento, onde drogas, sexo e mentes eram totalmente livres.


Público de quase meio milhão de pessoas compareceu a Woodstock.

Havia um senso de harmonia entre toda aquela gente ali, junta. As idéias de celebração, de diversão, de liberdade eram acopladas ao clamor por paz, por fim das guerras e do racismo. Os EUA, na época, eram envolvidos em conflitos militares no exterior; e, no interior, enfrentavam sérias desavenças raciais, portanto o festival de Woodstock foi, também, um movimento social. Impressionante como, num evento onde tantas pessoas se reuniram sem nenhuma ordem aparente, sem aparato de segurança suficente para tanta gente, houve pouquíssimos incidentes graves ou violência. Imaginem quantas possibilidades de desastres havia num quadro como esse, porém há registro de duas mortes - uma por overdose de heroína e outra por um saco de dormir ocupado que foi acidentalmente pisoteado. Apesar desses tristes episódios, a verdade é que a paz, de fato, reinou. Esse clamor por paz não foi apenas falação, não foi apenas propaganda, não foi da boca para fora; a paz aconteceu ali. Tantas pessoas, ali reunidas, não estavam apenas de brincadeira, elas queriam levantar sua bandeira, e que ela fosse vista.

Tudo isso sem ao menos falar da qualidade musical das apresentações que banharam Woodstock. Diversos artistas realizaram performances históricas, como Jimi Hendrix; The Who; Janis Joplin; Jefferson Airplane; Joe Cocker; Santana... Enfim, a lista completa (inclusive com repertório) dos artistas que se apresentaram, está disponibilizada no wikipedia, além de muito mais informação (o link que coloquei é o do wikipedia em inglês, aqui está o em português, porém o em inglês é muito mais completo).

Led Zeppelin, The Doors, Bob Dylan, Beatles, Frank Zappa, entre muitos outros grupos e artistas recusaram convite para tocar em Woodstock, e acabaram deixando de fazer parte de um festival histórico. Os organizadores os contataram, porém cada um deles teve sua razão para recusar. Achei curiosa (no mínimo) a razão pela qual os Beatles acabaram não tocando: contatado pelos organizadores, John Lennon disse que não tocaria a não ser que deixassem a Plastic Ono Band, banda de Yoko Ono (também nunca ouvi falar) tocar. Os organizadores, felizmente ou infelizmente, recusaram a "oferta".

Certamente existe um imenso acervo de histórias que nasceram no festival de Woodstock de 1969. Para que quiser conhecer mais, há um aclamado documentário produzido por Michael Wadleigh intitulado Woodstock. O filme, inclusive, faturou o Oscar de "melhor documentário" em 1971.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Santana Pastor

Santana declarou que quer abandonar a música para ser pastor. Agora com 61 anos, o lendário guitarrista afirmou que, em alguns anos, pretende se dedicar integralmente a atividades religiosas. "Vou parar de tocar quando fizer 67 anos e trabalhar com algo que realmente gosto, que é ser um pastor, igual ao Little Richard", afirmou o músico, famoso também por seus esoterismos e misticismos.
Santana nasceu no México, mas foi morar nos EUA aos 13 anos. Se apaixonou desde cedo por blues e rock - e por guitarra, instrumento pelo qual se firmou - e foi um dos pioneiros a misturar o blues e o rock com ritmos latinos. Carlos Santana e sua banda, que leva seu próprio nome, foram provavelmente a maior revelação do lendário festival de Woodstock, em 1969. Antes, Santana era conhecido apenas aqui ou ali, e principalmente nos arredores de São Francisco, mas Bill Graham, então agente do grupo, convenceu os organizadores do festival a deixá-los tocar antes mesmo de terem lançado seu primeiro disco; eles foram uma das "surpresas" do festival.
Santana admitiu, nesta entrevista, que estava sob efeito de LSD quando tocou. "O braço da guitarra parecia uma serpente elétrica, que não queria ficar parada. Por isso eu estou fazendo todas essas caras feias, tentando fazer a serpente ficar parada, para eu poder tocá-la (...) Eu me lembro que fiquei repetindo pra mim mesmo: 'Deus, eu nunca vou fazer isso de novo, se você ao menos puder me manter no tempo e no tom, é tudo que eu peço'. Esse foi meu primeiro mantra: 'Deus, por favor, eu prometo que nunca vou fazer isso de novo. Nunca vou tomar isso de novo.' (...) Foi assutador. Eu achei que só entraria no palco tipo umas duas horas depois, que já estaria legal. (...) Eu não recomendaria para ninguém subir no palco chapado de LSD e tentar tocar... mas, pela graça de Deus, a performance que conseguimos com Soul Sacrifice foi muito elétrica"
Bom... o resto é história; Santana alvoroçou o estuporado público de Woodstock com sua Soul Sacrifice: